Quando devo parar com o tratamento de Aspirina em casos de Síndrome de Kawasaki?

Uma dúvida bastante comum em nossas redes sociais e em contatos pessoais é o momento correto para que haja um término no tratamento com aspirinas em casos de Síndrome de Kawasaki.

Este momento depende de alguns fatores e a única pessoa que pode determinar exatamente como proceder é seu médico, ninguém mais.

Baby segurando um dedo

A Universidade da Califórnia de San Diego possui uma equipe especializada na pesquisa da Doença de Kawasaki e tem algumas recomendações que devem ser discutidas com seu médico:

  • Quando não há aneurismas ou dilatações nas artérias

Neste caso, há a necessidade de confirmação de que o paciente realmente não sofreu nenhuma sequela cardíaca para que seja definida esta situação. Esta confirmação se faz necessária para que se tenha certeza de que não houveram danos que podem ser potencialmente fatais no futuro.

Para que se tenha esta confirmação, são necessárias as seguintes condições: os níveis de velocidade de sedimentação devem estar em valores considerados normais e dois ecos seguidos também sem apresentar nenhuma alteração.

Aqui cabe uma observação extremamente importante: deve-se ter um exame de eco de boa qualidade e bem elaborado, preferencialmente com strain para que se possa detectar corretamente qualquer problema coronário.

“Esse é um tipo de teste muito especializado que requer muita habilidade e treinamento, e bebês com menos de 3 anos quase sempre precisam ser sedados para obter um bom estudo. Não existem aneurismas “novos” anos após a Doença de Kawasaki. Havia apenas a falta deste diagnóstico anteriormente. Triste mas verdadeiro.”

Dra. Jane Burns, UCSD
  • Casos onde houveram dilatações, estenoses ou aneurismas devido à Doença de Kawasaki

Nestes casos, a recomendação é que haja um acompanhamento médico por toda a vida, pois há o risco de problemas futuros.

“Aspirina: Continue se a dilatação ou se a contagem de plaquetas for> 450.000 e VHS> 30”

Tradução do documento Care of KD pts at RCHSD 2020.doc attached bellow

Existem diversos protocolos de acompanhamento para a Doença de Kawasaki, porém cada caso deve ser analisado com o devido cuidado, pois estes procedimentos variam com a complexidade e situação de cada paciente.

Novamente ressaltamos que siga rigorosamente as recomendações de seus médicos. Caso tenha ficado com dúvida, procure uma segunda opinião médica.